Por Redação
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou nesta terça-feira (15) a postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), diante do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra produtos brasileiros. Em publicação nas redes sociais, Eduardo sinalizou insatisfação com o tom moderado adotado por Tarcísio nos últimos dias e acusou o governador de “esvaziar” a articulação por uma anistia ampla aos investigados por tramas golpistas após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A medida do governo norte-americano impõe uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA a partir de 1º de agosto e tem sido alvo de embates diplomáticos e políticos. Enquanto o governo federal aponta uma motivação política por trás da sanção, o governador Tarcísio, que inicialmente responsabilizou Lula pelas tarifas, mudou de tom nos últimos dias, adotando um discurso mais conciliador e propondo “união de esforços” entre os entes federativos para mitigar os efeitos da decisão americana.
Segundo Eduardo Bolsonaro, esse reposicionamento de Tarcísio compromete estratégias de pressão internacional que visam enfraquecer o governo petista e articular o perdão judicial aos envolvidos nos atos de contestação do resultado eleitoral de 2022, incluindo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A crítica pública expõe uma fissura entre aliados do bolsonarismo e ocorre no mesmo dia em que Tarcísio promove uma reunião com exportadores paulistas e sua equipe econômica, no Palácio dos Bandeirantes, para analisar os impactos das tarifas americanas. O encontro conta com a presença de empresários de diversos setores, como o ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf, também filiado ao Republicanos, e do encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, esta é a segunda vez que Tarcísio se reúne com representantes do governo norte-americano desde o anúncio do tarifaço.
Paralelamente, em Brasília, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também promove reuniões com o setor privado para construir uma resposta brasileira coordenada à ofensiva tarifária de Trump, que tem potencial de impactar fortemente a balança comercial nacional.
Nos bastidores, o governo brasileiro vê a medida como parte de uma retaliação articulada por bolsonaristas nos Estados Unidos, especialmente por Eduardo Bolsonaro, que está no país desde março. O deputado é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal por suposta obstrução de investigações e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O PT pediu recentemente ao STF a cassação de seu mandato e aponta que Eduardo tem atuado junto a autoridades norte-americanas para impor sanções ao Brasil, em resposta ao processo contra Jair Bolsonaro no Judiciário brasileiro.
