Por Eduarda Pinto

Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil
A maioria dos brasileiros aprovou a “megaoperação” realizada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro nos complexos do Alemão e da Penha. É o que apontam os dados da AtlasIntel, divulgado nesta sexta-feira (31). A pesquisa ouviu 1.089 pessoas entre os dias 29 (quarta-feira) e 30 (quinta-feira) de outubro, e o resultado aponta que 55,2% disseram ter aprovado a operação, enquanto 42,3% disseram desaprovar a ação, que já se tornou a mais letal da história brasileira, com mais de 120 mortos. Apenas 2,5% dos brasileiros entrevistados disseram não saber.
O levantamento, realizado por meio de recrutamento digital, possui 95% de confiança e uma margem de erro de 3% para mais ou para menos. Nas perguntas, a Atlas também questionou o nível de conhecimento dos entrevistados sobre o tema. Em resposta, 92% dos entrevistados disseram estar “bem informados” sobre a megaoperação comandada por Cláudio Castro (PL) contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, e outros 8% apenas ouviram falar.
A pesquisa questionou os impactos dessa operação. Para 42,4% dos entrevistados, a operação teve um impacto positivo (16,3%) ou muito positivo (26,1%) na segurança pública no Rio de Janeiro; para 34,8% os resultados devem impactar negativamente (14,7%) ou muito negativamente (20,1%). Outros 18,8% cidadãos responderam que deve haver pouco ou nenhum impacto na segurança e 4,1% não souberam responder.
Abordando os detalhes da operação, a pesquisa AtlasIntel questionou os entrevistados sobre o nível de violência empregada pelas forças policiais durante a operação. Para 52,5% o nível de violência foi adequado, 45,8% descreveram como “excessivo” e 1,6% não souberam.
Considerando as mais e 120 mortes registradas na megaoperação, os brasileiros foram questionados se a “operação reflete a melhor forma de efetivamente combater o crime organizado ou um objetivo de ganho político?”. Para 42%, a ação no Rio de Janeiro refletiu uma tentativa de ganho político, enquanto outros 39,3% acreditam que é a melhor forma de combater a criminalidade. Outros 17,6% entrevistados disseram que a ação reflete ambos os objetivos e 1,1% não souberam responder.
Ainda com relação à morte de civis durante a ação, excluindo os quatro policiais mortos, o levantamento questionou como os cidadãos descreveriam o grupo. Uma maioria de 51,2% responderam que os mortos seriam melhor descritos como “criminosos”, enquanto para 36,9% os mortos seriam “ao mesmo tempo, vítimas e criminosos” e 8,4% descreveram o grupo de mortos como “vítimas”. 3,4% não souberam.
REPERCUSSÕES POLÍTICAS
Os brasileiros entrevistados também descreveram detalhes sobre as repercussões políticas da operação. Perguntados sobre se faltou articulação política entre governo estadual e federal na operação, 88% responderam que sim, sendo que 46% descreveu que faltou articulação pelo governo do estado e 42% destacaram a falta de articulação do governo federal. 6,4% dos brasileiros disseram não ter havido falta de articulação e 5,5% não souberam.
Sobre o desempenho dos líderes de governo nas ações de segurança pública, o presidente Lula recebeu a pior avaliação, com 50% de desaprovação (ruim ou péssimo), frente a 35% dos governadores estaduais e 24% dos gestores municipais. O presidente da República foi aprovado por 31% (bom ou ótimo) dos brasileiros questionados e outros 19% descreveram o desempenho como “regular”. Para 28% dos entrevistados, os governadores fazem um trabalho “bom ou ótimo” na gestão de segurança pública, enquanto 36% consideram as políticas “regulares”. No âmbito municipal, 23% dos entrevistados aprovou (bom ou ótimo) a gestão dos prefeitos na segurança pública e 51% descreveram como “regular”.

