
A União Europeia está preparando uma reação a tarifa de 30% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos do bloco, anunciada há duas semanas. Caso um acordo comercial não seja firmado, e a alíquota entre em vigor no dia 1º de agosto, como definido pelo republicano, a UE deve responder com uma taxação recíproca de 30% sobre cerca de € 100 bilhões (cerca de R$ 650 bilhões) em exportações dos EUA. As informações são do jornal Bloomberg.
Segundo matéria do InfoMoney, em uma primeira leva de contramedidas, o bloco do Velho Continente pretende combinar uma lista já aprovada de tarifas sobre € 21 bilhões em bens dos EUA, com outra proposta anterior que abrange mais € 72 bilhões em produtos do país, formando um pacote único, é o que detalhou um porta-voz da Comissão Europeia nesta quarta-feira (23).
Caso a medida avance, exportações americanas como aeronaves da Boeing, carros fabricados no país e uísque bourbon seriam os principais afetados, segundo fontes com conhecimento do assunto.
A ideia é que as tarifas europeias estejam prontas para entrar em vigor já no próximo mês, acompanhando a medida de Trump. Após a declaração do porta-voz europeu, o euro (€) ampliou suas perdas, caindo 0,3% para US$ 1,1723, e liderando as baixas entre as principais moedas globais. Os títulos alemães reduziram as perdas registradas mais cedo.
O endurecimento na postura dos países-membros da UE em relação a Trump, ocorre em resposta à linha mais dura adotada pelo próprio governo americano nas negociações. Um funcionário do governo alemão disse, sob anonimato, que Berlim estaria disposta até mesmo a apoiar a ativação do Instrumento Anti-Coerção (ACI) da UE em caso de impasse. Essa ferramenta só seria usada se não houver acordo.
Na terça-feira (22), Trump anunciou dois acordos tarifários, um com as Filipinas e outro com o Japão, ambos com tarifas generalizadas mais baixas do que as inicialmente previstas. Destacou-se a tarifa de 15% sobre automóveis japoneses, inferior à taxa atual de 25% aplicada a grandes exportadores como a UE.
Líderes europeus estão em Tóquio nesta quarta e irão a Pequim na quinta-feira (24) para conversas com alguns dos maiores parceiros comerciais asiáticos do bloco.