
As exportações brasileiras de carne de frango estão suspensas para a União Europeia e para a China, conforme confirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ao Broadcast Agro, canal de notícias do Grupo Estado. A suspensão segue o protocolo sanitário firmado entre o Brasil e os europeus, que prevê autoembargo em caso de confirmação de gripe aviária em plantel comercial.
O bloqueio foi acionado após a confirmação, pelo Ministério da Agricultura, do primeiro foco da doença em uma granja produtora de ovos férteis no município de Montenegro (RS), na Região Metropolitana de Porto Alegre. Parte das aves morreu e o restante foi sacrificado. A área foi isolada, e medidas de contenção estão em andamento.
A União Europeia representa cerca de 7% das exportações brasileiras de carne de frango. Em 2024, o Brasil enviou 229,9 mil toneladas ao bloco, totalizando US$ 655,3 milhões em embarques. O governo brasileiro tenta negociar a regionalização dos protocolos com os europeus, para limitar as restrições apenas ao estado ou à área diretamente afetada.
“Desde os primeiros casos em aves silvestres, há dois anos, temos trabalhado na revisão desses protocolos. Comprovar que outras regiões estão livres do vírus pode nos permitir restabelecer os embarques de forma mais rápida”, disse o ministro.
A China, por sua vez, também determinou a suspensão das compras de carne de frango brasileira por até 60 dias, a partir desta sexta-feira (16). Já países como Reino Unido, Argentina, Japão, Emirados Árabes e Arábia Saudita decidiram manter as compras, mas limitar os embargos apenas ao Rio Grande do Sul ou, posteriormente, ao município de Montenegro. Esses países já têm acordos de regionalização com o Brasil.
Após a detecção do vírus H5N1, o governo brasileiro adotou ações imediatas previstas no Plano Nacional de Contingência. Entre as medidas estão a eliminação do plantel afetado, o bloqueio comercial da granja, o rastreamento e inutilização dos ovos férteis, além da intensificação da vigilância sanitária e da biossegurança nas propriedades da região.
O ministro Fávaro destacou que não há, até o momento, registro de aves doentes em outras granjas comerciais próximas ao foco e que o trabalho do governo segue em duas frentes: impedir a propagação da doença e restabelecer os fluxos de exportação com o menor impacto possível ao setor.