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Suicídios de idosos no Brasil superam o total do restante da população; Bahia representa 12% dos casos



Por Paulo Dourado
Foto: Rafa


A vontade dos idosos, na maioria das vezes, não é de morrer, mas de acabar com o sofrimento. É o que explica o psicogeriatra Lucas Alves Pereira, médico psiquiatra com formação especializada na saúde mental da população idosa. Diversos levantamentos reforçam essa constatação.



Em 2021, a Universidade de São Paulo (USP) publicou uma pesquisa epidemiológica baseada em dados do Ministério da Saúde, referentes a 2012 e 2016, mostrando que a taxa média de suicídio entre idosos era 47,2% superior à média geral da população brasileira no período analisado.



Embora o estudo tenha sido publicado há alguns anos, os números permanecem altos. Um levantamento de 2023 feito pelo Umane: Observatório de Saúde Pública indicou que, entre pessoas com 65 anos ou mais, 374 idosos foram vítimas de suicídio, enquanto entre os indivíduos com até 64 anos o número foi de 325, 49 a menos. Os dados mostram ainda que mulheres representam cerca de 59% dos casos e homens, 40%.


Na Bahia, o padrão se mantém. Das 45 vítimas registradas pelo levantamento do Umane, 66% eram mulheres (30 vítimas) e 33% homens (15 vítimas). Entre as vítimas de 15 a 64 anos, o estado registrou 32 casos, o que representa aproximadamente 70% do número de suicídios entre idosos de 65 anos ou mais.


Para o psicogeriatra e professor de Farmacologia da Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), Lucas Alves Pereira, o risco elevado de suicídio entre idosos está ligado a fatores como perda de entes queridos e o isolamento social que a aposentadoria muitas vezes traz.



"A questão das perdas é significativa. Um grupo etário mais suscetível a perdas vê morrer amigos, cônjuges e, eventualmente, até filhos. O isolamento social nesse contexto pode gerar ou agravar a depressão nos idosos", explicou.



Um exemplo recente é o pai da apresentadora Ana Clara Lima, que comanda o reality musical Estrela da Casa, na TV Globo. Ayrton Lima, de 63 anos, começou a trabalhar como motorista de aplicativo para manter a mente ativa.



"Ele quis rodar por aí, dirigir, conversar com as pessoas. Ser motorista é um trabalho digníssimo. Ele adora. É importante para a cabeça dele", contou Ana Clara ao jornal O Globo.



Para reduzir esses números crescentes, tanto os especialistas quanto pesquisas epidemiológicas apontam a necessidade de melhoria em políticas públicas, campanhas educativas, observação de mudanças comportamentais nos idosos e melhor treinamento dos profissionais de saúde.



"Infelizmente, as políticas de saúde ainda têm deixado a desejar, e a incidência de transtornos mentais segue aumentando. Campanhas educativas são fundamentais. Observar alterações comportamentais, como a diminuição da capacidade de sentir prazer, é um passo importante para prevenção", concluiu o médico.

Leia o texto em voz alta:


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