Por Redação

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil
Um estudo conduzido pela Universidade McMaster, no Canadá, analisou os efeitos do consumo de proteína animal na saúde e chegou a um resultado que contraria pesquisas anteriores. De acordo com os pesquisadores, a ingestão de carne vermelha, frango, peixe, ovos e laticínios não esteve associada ao aumento do risco de morte. Pelo contrário, os dados apontaram uma leve redução na mortalidade por câncer entre aqueles que consumiam mais proteína animal.
Os resultados foram publicados em julho na revista Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism, a partir de dados da pesquisa norte-americana National Health and Nutrition Examination Survey III (NHANES III), que acompanhou cerca de 16 mil adultos com 19 anos ou mais.
Para reforçar a consistência das análises, os cientistas utilizaram diferentes modelos estatísticos, incluindo técnicas avançadas como a Cadeia de Markov Monte Carlo (MCMC). Ainda assim, os resultados permaneceram estáveis: não houve aumento no risco de morte por câncer, doenças cardiovasculares ou outras causas entre os participantes com maior ingestão de proteína animal.
Apesar dos achados, os autores fizeram ressalvas. Por se tratar de um estudo observacional, não é possível estabelecer relações diretas de causa e efeito. Além disso, a categoria “proteína animal” inclui desde carnes processadas até pescados e ovos, o que dificulta identificar exatamente quais alimentos poderiam estar ligados ao efeito positivo.
Os resultados contrastam com recomendações de órgãos como a Organização Mundial da Saúde (OMS), que classifica carnes processadas como cancerígenas para humanos e carnes vermelhas não processadas como “provavelmente cancerígenas”.
Por isso, mesmo com os novos dados, os pesquisadores destacam que a orientação geral continua sendo manter uma dieta equilibrada, combinando proteínas animais e vegetais e consumindo carne vermelha de forma moderada.