Por Redação

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi recebido por agentes da Polícia Federal ao desembarcar em Brasília na manhã desta segunda-feira (4) e passou a ser monitorado por tornozeleira eletrônica. A medida foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o parlamentar desrespeitar uma decisão judicial e viajar para os Estados Unidos utilizando o passaporte diplomático.
Investigado por ataques nas redes sociais contra policiais federais que atuam no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado, Do Val teve o passaporte comum apreendido em agosto de 2024. No entanto, viajou no dia 23 de julho deste ano com o passaporte diplomático, que ainda estava em sua posse.
A defesa do senador havia solicitado autorização para a viagem, que incluiria a esposa, a filha e a enteada, com destino a Orlando (EUA). O pedido foi negado por Moraes em 16 de julho, sob a justificativa de que não havia razões para rever as medidas cautelares já impostas. Contudo, a intimação sobre a decisão só foi recebida oficialmente no dia 24, quando o parlamentar já estava fora do país.
A ida aos EUA resultou em novas sanções contra Do Val. Além da instalação da tornozeleira eletrônica, o ministro determinou o bloqueio das contas bancárias e cartões de crédito do senador e de sua filha. Segundo a defesa, não houve descumprimento deliberado, já que, à época da viagem, não havia proibição expressa de saída do país, apenas a ordem de apreensão do passaporte.
Em nota, o parlamentar negou ter desrespeitado o STF e alegou que seu passaporte diplomático estava válido e sem restrições. Ele também afirmou que a viagem foi comunicada à Polícia Federal, ao Supremo e ao Senado.
Durante o período fora do país, Do Val fez uma live nas redes sociais, direto dos Estados Unidos, em que minimizou o episódio. “Vim passar férias com minha filha durante o recesso parlamentar”, disse o senador, afirmando ainda que foi tietado durante o voo.
As investigações contra o senador seguem em sigilo no Supremo Tribunal Federal.