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Fabricação e consumo de charutos crescem na Bahia com novo perfil de público; saiba mais




Por Victor Hernandes




Fabricação e consumo de charutos crescem na Bahia com novo perfil de público; saiba mais

Foto: Reprodução Wikimedia Commons / Carta Capital

Produto clássico, considerado de luxo e de uso de um público de ascensão social e financeira, o charuto passou por transformações nos últimos anos. Isso porque, o rolo de folhas de tabaco seco, enroladas para serem fumadas, passou a ter mais consumidores e até entusiastas da prática, na Bahia e em todo o Brasil.












No estado, o produto é tema de discussões mais amplas, já que faz parte da cadeia econômica e do setor industrial. A região do Recôncavo, por exemplo, é uma marca da fabricação e exportação desses itens para todo o país e até todo o mundo. A empresa Menendez Amerino & Cia Ltda - Charutos Premium, localizada na cidade de São Gonçalo dos Campos, se tornou referência desses itens.









Em entrevista ao Bahia Notícias, a representante comercial da entidade, Carla Almeida, revelou que o território baiano é considerado um dos principais exportadores de tabaco utilizados em charutos e em outros produtos, por conta de sua abrangência.









“A fabricação do fumo para charuto se divide entre Bahia e um pouco de Alagoas. É onde está concentrado, especialmente na Bahia, principalmente na região do Recôncavo, que é onde tem o famoso Mata Fina, um dos fumos mais apreciados do mundo. A Bahia, se configura como o maior exportador de tabaco a nível mundial pela abrangência de países. Hoje, em torno de 105 países ao redor do mundo usam o tabaco baiano na composição dos seus charutos”, disse.









Segundo Carla, foi constatado um crescimento no número de produção de charutos, em especial no estado e também de fábricas.









“Houve sim um aumento na produção de charuto no Brasil. Esse crescimento foi impulsionado pela pandemia. Atualmente o mercado brasileiro consome em média 15 milhões de unidades por ano. Nesses números estou abrangendo para os charutos mecanizados e artesanais, e também cigarrilhas. Deste número, 3 milhões mais ou menos disso aí, vamos dizer aí uns 20% são charutos premium que são os charutos artesanais enrolados lá pela pessoa humana, é de consumo de charuto nacional. Em torno de 70% desses 14 milhões são consumidos entre 13 e 15 marcas de charuto nacional hoje.









MUDANÇA DE PÚBLICO E PERFIL

Outra constatação observada por produtores e marcas de charutos é acerca dos novos consumidores. Sendo utilizado em maior parte por pessoas mais velhas anteriormente, e pelo público considerado “elitizado”, o produto passou a ser requisitado pelos mais jovens, incluindo as mulheres, conforme explicou Carla.









“Públicos novos seriam as mulheres e os jovens. Dentre os jovens têm crescido muito a quantidade que tem hoje uma renda per capita mais alta, impulsionado por muitos fatores, a exemplo das novas profissões que vem surgindo que permitem ganhos muito altos. Então eles acabam buscando produtos de luxo e o charuto está aí entre um dos primeiros”, contou.









A representante disse que a chegada do novo grupo ao mercado está associada com a busca pela experiência proporcionada pelos charutos.









“Tem este mercado crescente que busca o prazer sensorial hoje. O consumidor, de uma maneira geral, busca mais experiência do que produto, quer seja quando ele vai consumir um vinho ou quando ele vai buscar alguma coisa de alimento ligada à gastronomia, quer seja em qualquer outro produto que ele vai buscar e falando em tabaco, a gente só tem um charuto. Porque apesar do cigarro também ser feito de tabaco, é de um tipo de tabaco diferente e todo o processo é diferente”, comentou.









Outro ponto é sobre a popularização dos itens. De acordo com Almeida, somente os charutos mais refinados que ainda são procurados pela classe A. No entanto, os outros tipos de charutos passaram a ser de diferentes classes.









“Os charutos premium sim, os que são só os artesanais, feitos à mão e eles envolvem aí também o mercado importador. Então, sim, o maior público consumidor ainda é o público que tem o maior poder aquisitivo. Mas houve também uma enorme popularização onde muitas fábricas buscaram fazer linhas mais populares. Atualmente tem charuto para todo bolso e todo paladar. É possível investir R$ 40 e comprar um charuto de qualidade, um puro Mata Fina, você encontra. Mas se você quiser investir R$ 4.000 também é possível”, considerou.









CHARUTOS NA SAÚDE

Mesmo tendo um tipo de nicotina diferente da encontrada no cigarro, o charuto pode também ser prejudicial à saúde. Durante entrevista ao BN, o pneumologista e Diretor de Assuntos de Saúde Pública da Associação Bahiana de Medicina (ABM), Guilhardo Fontes, apontou que mesmo a substância não sendo tragada, é absorvida pela mucosa oral e se espalhando pela corrente circulatória.









“O charuto como todo uso de nicotina é prejudicial. Agora o charuto tem uma condição especial que ele traz, que é câncer de boca e de vias aéreas superiores, laringe, traqueia, mas pode dar de pulmão e de outros lugares também, assim como o cigarro”, informou.









O especialista alertou e chamou atenção também acerca das doenças que podem ser causadas em decorrência do uso da mercadoria.









“Aquela fumaça inalada vai para o pulmão e pode trazer problemas, não apenas de língua, ou na boca, mas também na laringe, na traqueia, no pulmão e outros cânceres, inclusive, de bexiga. Então, o charuto, assim como o cigarro tradicional e o cigarro eletrônico, todos eles trazem consequências extremamente graves e estão relacionados a 50 doenças que são intimamente relacionadas”, concluiu.

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