
Foto: Montagem. Igor Barreto / Bahia Notícias
Cerca de 975 foram resgatados, apreendidos e capturados em Salvador durante este ano. O dado é de um levantamento da Guarda Civil Municipal (GCM) através do Grupo Especial de Proteção Ambiental (GEPA), disponibilizado à reportagem do Bahia Notícias. O número chega perto dos 1.601 obtidos em todo 2023 nas modalidade de resgate, entrega voluntária, captura e apreensão. Só no último dia 2, duas cobras foram localizadas em Salvador no mesmo dia.
Em 2024, os invertebrados foram os animais mais resgatados na cidade, com 76,2%, um total de 747.
As serpentes foram a segunda classe com o maior número, tendo 72 casos do tipo, uma taxa de 7,38%. Os mamíferos ocuparam a terceira posição com 58 casos (5,95%) seguidos de répteis com 49 (5,93%); aves 47 (4,82%) e animais marinhos com 2 (0,21%).
Os bairros da cidade que liderou atendimentos da Guarda pelo resgate ou captura de animais foram a Via Parafuso - Ceasa com 746 casos (76,51%), seguido do Itaigara com 40 notificações (4,10%); Pituba com 24 ocorrências (2,46%); 14 na Fazenda Grande do Retiro (1,44%), 10 na Boca do Rio (1,03%) e 8 no Bairro da Paz (1,03%).
CRESCIMENTO DE CASOS
De acordo com Robson Pires, coordenador do GEPA, os dados obtidos entre janeiro a 2 maio deste ano representam um aumento de 50% na quantidade dessas situações no mesmo período de 2023.
“Foi uma quantidade menor [ano passado], cerca de 50% menor do que a desse ano. Acredito que a gente chegue a mais de 2 mil animais esse ano, nessas quatro modalidades: resgate, entrega voluntária, captura e apreensão”, pontuou ao Bahia Noticias.
Segundo a bióloga Natalie Amorim, o crescimento no número de casos tem aumentado por conta das ações da sociedade no meio ambiente, a exemplo da pressão antrópica e desmatamento.
“Eu acredito que acontece devido a pressão antrópica ao meio ambiente. O homem invade cada vez mais o espaço, o meio ambiente e resta a fauna local tentar se defender. Então, acabamos visualizando mais eles [bichos silvestres]. Ao mesmo tempo que a presença de alguns animais silvestres na cidade traz benefícios para a biodiversidade, ativando o controle de pragas e contribuindo para a dispersão de sementes que facilitam a colonização da flora, mas não deixa de ser estranho o encontro de determinados animais”, explicou.
Sobre os bairros da capital baiana, onde os animais foram mais encontrados, a especialista considerou que a situação acontece pela grande quantidade de vegetação presente nas localidades.
“Ali na Pituba, esses locais assim, ainda tem aquela parte bastante arborizada, tem uma parte que ainda tem muita vegetação, então é normal que tenha animais, que a gente não imagina, e é normal que a visualização não seja feita. Ali tem muita vegetação, não necessariamente tem o jeito que é por causa da praia ou do mar”, observou.

